Se Acaso Existir

 No meu coração existe uma planta Cujo nome não sei No meu corpo existe desejo Apagado, adormecido, mas existe! Estou inerte Neste loop do não querer fazer sentir-me mal por não fazer sentir-me mal por me sentir mal por não fazer de novo O meu coração bate Essencial e virtuoso Sim o meu coração traz-me força para as virtudes! Virtudes essas que procuro nele, e as que encontro,  As que encontro bem, vou trabalhá-las Antigamente diria que não tinha nada a perder Agora digo que não tenho absolutamente nada a provar Porque perder os meus seria um golpe fatal Mas provar-te a ti o que tenho ou o que sou: Não. Só a eles, meus filhos, provarei e darei o exêmplo. No meu coração existe uma planta, Cuja função dela será tão saudável Quanto o desejo quando estiver aceso E que tu ajas sempre de cabeça fria Mas com a língua afiada Essa língua serve para me amares no desejo adormecido E acordares o mesmo de te querer ouvir falar Porque eu sei que dentro do teu coração  Também existe uma...

 Saí de casa para passear Na verdade queria fugir Mas os meus pés levaram-me até a um jardim Onde me sentei Na relva Estiquei o lenço que tinha ao pescoço  E sobre ele aproveitei o sol para fazer uma pequena meditação  Posso dizer que o sol e a minha respiração profunda me salvaram pelo menos até á próxima hora

  Amadora, 20 de Maio de 2009 Não me perguntes, porque nada sei Da vida, Nem do amor, Nem de Deus, Nem da morte. Vivo, Amo, Acredito sem crer, E morro, antecipadamente Ressuscitado. O resto são palavras Que decorei De tanto as ouvir. E a palavra É o orgulho do silêncio envergonhado. Num tempo de ponteiros,agendado, Sem nada perguntar, Vê, sem tempo, o que vês Acontecer. E na minha mudez Aprende a adivinhar O que de mim não possas entender. Não existe melhor oração que a poesia. in http://semimaginacaonenhumaparaumendereco.blogspot.com

 Em vez de viver Em vez de viver quis ir, Em vez de viver não quis nada mais, Ao invés de viver sobrevivo ansiosa doiam-me as minhas camadas do ser sem saber o que ser como agir? Que chegue por fim a tão esperada Aurora, Que se abram as cortinas Para podermos atuar em direção ao Outrora Para podermos tatear o amor em cena Sem medo de nada Sem medo de ser Os dias que se seguem agora são nada mais que bizarros, Nem sei bem como ainda aqui estou. Estamos amarrados Desejando o tatear o amor Desejando que as cortinas se abram de uma vez Por enquanto enlouqueço muito todos os dias não são normais Nem iguais a como de antes Nem eu os desejo nem quero redundantemente assim fico no camarim Esperando...Esperando... Por enquanto a ansiedade é como corda ao pescoço  apertada todos os dias são duros Todos os dias penso em partir Sem a plateia assistir Há que aproveitar que as cortinas ainda não estão abertas Mas não, penso Mas não o faço Escrevo com embaraço Sobre a minha vontade de cheira...

 Não consigo deixar de reparar  que estamos sempre a despertar um novo despertar e a sonhar o sonho deve fazer tremer as pernas E poder pensar, pensar que refletimos o que queremos ser e o universo reflete em resposta, e assim é.

Sinto-me por um fio  Sinto o mundo a desabar Sinto tudo Nem quero mais cantar Sinto esta vida de pequenas coisas devagarinho, tem que ser Sinto que agora Será para sentar e ver... Sinto que não existe alternativa No dia seguinte acordo firme Sinto que não existia alternativa vou caminhar numa subida íngreme Sinto que sinto que sinto o que sinto afinal? Dias a fio a dobrar e a desdobrar panos Tentando não perder os anos acaba por se tornar tudo um ritual Senti ontem, sinto hoje, sentirei amanhã pois é, Que os dias são iguais os sorrisos são maiores em pé Sinto que calejamos mas não partimos Temos é de encarar o que sentimos. TR