Desejada Filantropia

Desejada Filantropia


Perguntaram-me mais que uma vez o que queria eu do meu futuro. Passados alguns anos até à data que se mantém a pergunta mudou e eu não gostei dela: “Era este o futuro que idealizaste?”. Ora vejamos, eu não vivo no futuro e em mais, eu não idealizei, quanto muito tenho os meus sonhos, a maioria deles, continuam a ser os mesmos. Isso não faz de mim uma pessoa pouco realizada ou frustrada. O facto de me ter saído, digamos assim, tudo ao “contrário” não faz de mim uma pessoa pouco realizada principalmente profissionalmente. O “contrário” acreditem ou não em Deus ou no destino provavelmente é o meu lugar neste momento, eu não exijo os meus sonhos, eu não deixo de lutar por eles, mas não exijo da vida é muito menos de mim de tal forma que tenha deixado de usufruir do bom e do mal que eu/vida poderíamos ter. Ter, ter é algo muito subjectivo. Eu tenho dois filhos, perguntam-me também se os desejei… mais uma vez fico a pensar… uma mulher assim que se idealiza mãe já deseja os seus filhos e isso muitas vezes, o que foi o meu caso, aconteceu numa altura estranhamente precoce enquanto brincava com as minhas bonecas e preparava a uma delas o tão actual “swaddle”. Foi uma prioridade minha? Não. Aconteceu e de forma rápida? Sim. Sou uma mãe filantropa, no entanto, este texto não se trata de filantropia materna e sim daquela tal pergunta acerca daquela coisa que supostamente eu quereria do meu futuro no agora… e de tudo sair ao contrário, por vezes… teria tanto para voz dizer acerca da classe económica em que nasci, onde nada me faltou principalmente alimento, contudo, a minha história que nada tem de triste, humilhante por vezes mas que nada tem de vergonhoso, pelo menos eu não me envergonho porque nunca quis nem fiz mal a ninguém, demoraria algum tempo a dissecar as razões pelas quais não insisti num curso superior, nem procurei mais veemente o palco ou a televisão, até porque ambos estes agentes não se procuram nem se realizam sozinha, tal como a maior parte das coisas a não ser a concepção da vida, na vida são feitos com muitas pessoas envolvidas… estaria a divagar se continuasse mas creio que deixei claro o meu amor a mim mesma e por conseguinte à humanidade, e ao perceber que seja o passado, presente ou futuro não está maioritariamente nas nossas mãos, portanto sem ser em tom e reprimenda, não me perguntes isso. 

Filantropia é também escrever-vos por enquanto sem fins lucrativos. Hoje não adiantei quase nada mas pode ser que um dia surja outra inspiração para contar como foi até à data que se mantém… pois podem crer que existem incidentes decisivos principalmente na evolução interior do bicho que se apresenta tanto aqui como à volta do globo terrestre que sofreu e sofre o mesmo que eu já sofri. É também por essas pessoas que eu aqui estou, daí desejar manter-me filantropa colocando a modéstia de parte.

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